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Entrevista com a personal organizer Maria Augusta Arruda

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Maria Augusta já escreveu aqui para o blog dando dicas de como se organizar com o imposto de renda. Hoje ela é a nossa convidada para o entrevista com a personal organizer, com muito tempo de experiência ela nos conta um pouco da sua história de vida e aprendizados. Vamos aprender um pouco com ela que já está no mercado há anos e vem se adaptando as novidades e sempre se mantendo atualizada. 

 

Maria Augusta é pós-graduada em Recursos Humanos e especialista em organização pela Consultora Janir Fraga e pela OZ – Sistemas de Organização Ltda. Cursou o VI Ciclo de Política e Estratégia em São José dos Campos e foi certificada pela ADESG – Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra. Trabalhou 36 anos como secretária, dos quais 34 na General Motors do Brasil, onde participou de diversos treinamentos “in Company” relacionados com atendimento a cliente, segurança, qualidade, organização e higienização de alimentos. Estagiou na Universidade Federal de Viçosa junto ao grupo de Economia Doméstica. Tem citação na Revista Casa Cláudia e artigos em revistas da sua cidade. Já gravou para a Bandeirantes e Rede Vida. Atua com Personal Organizer em São Paulo, Vale do Paraíba (São José dos Campos e região), Atibaia e Santos, desde 1997.

 

1) Kalinka: O que é um Personal Organizer?

Maria Augusta: É um profissional dotado de inúmeras habilidades que o tornam capaz de proporcionar ao cliente uma situação de tranquilidade e harmonia no ambiente em que vive, seja doméstico ou profissional. Saber observar, questionar, entender, ensinar, ouvir, silenciar e ser confiável são algumas habilidades imprescindíveis para uma prestação de serviço dessa natureza.

 

 

2) Kalinka: Como funciona o trabalho de um Personal Organizer?

Maria Augusta: Eu me sinto autodidata no assunto, quando comecei na área, as informações disponíveis na internet eram apenas em sites estrangeiros. Fui montando roteiros, analisando situações reais e até hoje sempre tem um item ou outro a ser incluído, melhorado ou até mesmo retirado do contexto. De maneira geral o trabalho passa por quatro etapas e em todas elas o profissional precisa usar as habilidades específicas já mencionadas.

A primeira etapa é quando alguém procura o profissional por telefone, por e-mail, conversa em rede social ou mesmo pessoalmente. Salvo raríssimas exceções, um PO habilidoso, já no primeiro contato, consegue distinguir o “joio do trigo”, ou seja, consegue perceber as reais intenções do interessado. Entretanto, em se tratando de pessoa totalmente desconhecida, de posse do nome e do endereço, uma varredura nas redes sociais e em catálogos de endereço é certa e pode evitar maiores constrangimentos.

A etapa seguinte é uma visita pessoal ao local a ser organizado e lançando mão da sua percepção vai observar, ouvir, questionar e avaliar o trabalho a ser realizado. Essa avaliação deve ser minuciosa para que possa propor e executar um trabalho que realmente atenda e supere as expectativas do cliente.

A terceira etapa é a Proposta do Trabalho (Contrato de Prestação de Serviço) – o profissional descreve o trabalho a ser realizado, precifica, coloca condições de pagamento, condições de trabalho – data, horas diárias, etc. e apresenta ao cliente.

A etapa final é a execução do trabalho.

 

 

3)  Kalinka: Quem são as pessoas que precisam de um PO?

Maria Augusta: São pessoas interessadas em viver em ambientes domésticos ou profissionais organizados, manter seus compromissos particulares e financeiros em dia ou que precisam de ajuda especializada para o planejamento e organização de uma situação diferente. Por exemplo, viuvez, mudança de residência, casamento, nascimento de um filho, cumprimento de obrigações legais como declaração de IR, acertos de recolhimentos de tributos federais, estaduais e municipais, obtenção de um documento junto a Órgãos Públicos, enfim, tudo aquilo que sozinhos não  consigam resolver, ou que prefiram delegar a um profissional que o faça para eles.

 

 

4)  Kalinka: Há quanto tempo você trabalha como PO? Porque resolveu ser PO? O que mais gosta de organizar? 

Maria Augusta: Bem... Já faz algum tempo! Desde 1997! Sempre trabalhei como secretária. Iniciei em uma indústria aeronáutica, onde adquiri habilidade em lidar com números e conheci todas as exigências de estética e organização no âmbito de correspondências e documentos, de uma forma geral. Também como secretária, trabalhei 34 anos na General Motors do Brasil,  onde tive oportunidade de conhecer diversas áreas administrativas e produtivas e seus respectivos métodos de recebimento, expedição e arquivamento de documentos, que sempre levavam em conta o resultado final do produto conhecido como  “A Marca da Excelência”.

No próprio ambiente de trabalho ajudava os amigos na formalização do contrato de trabalho das respectivas empregadas domésticas e quando percebi, já estava no segundo passo – cálculos rescisórios, férias, décimo terceiro e ajuda para declaração de imposto de renda.

O ano era 1997, a Prefeitura da cidade onde eu morava criou cursos profissionalizantes e o meu projeto de Treinamento Sustentável para Empregados Domésticos foi escolhido. Foi uma experiência valiosíssima ministrar esse curso.

Depois, iniciei os treinamentos “in loco” onde ensinava organização de armários dos quartos, do escritório, da cozinha e da área de serviço. Ensinava dobraduras, descarte de lixo, enfim a organização do ambiente doméstico de modo geral. 

Visitei hotéis, fiz cursos com as camareiras em grandes lavanderias e  tive a oportunidade de aprender dobragem internacional.

Continuei investindo em treinamentos e literatura.  Livros, comprei o que havia de disponível no Brasil. Em 1999, frequentei aulas da Consultora Janir Fraga, em São Paulo,  para me aperfeiçoar em organização de residência. Depois, outros cursos apareceram e eu fui investindo. Na OZ,participei dos Cursos de Organização de Residência e de Negócios Para Organizadores Profissionais, 2006 e 2008 respectivamente.

Meu primeiro cartão trazia meu nome e a referência  “Personal Organizer”.  As palavras em Inglês causavam risos irônicos e desconfiados da atividade que eu desenvolvia. Não me intimidei: segui em frente!

Em 2005, em São Paulo, entrei na casa do meu primeiro cliente. Era um dos executivos de uma grande multinacional. Foi um aprendizado inigualável. Ele me ensinou a precificar e me indicou para outros clientes. Em São José dos Campos, também em 2005, uma viúva foi minha primeira cliente, depois um viúvo, e mais outros tantos vieram.

Hoje, com tantos anos de experiência, além de organizar residências, dou suporte a clientes na solução de problemas junto a Órgãos Públicos; crio planilhas de conciliação bancária para apresentação à Justiça como prestação de contas de interditado ou inventário;  auxilio na obtenção de dupla cidadania, pesquisando dados de antepassados, contatando consulados e tradutores oficiais, organizando e providenciando a documentação necessária; organizo residência pós-mudança de noivos e de recém casados.  Sou apaixonada por organização de “home office”.

 

 

5) Kalinka: O que é necessário para se tornar um Personal Organizer?

Maria Augusta: Em qualquer área, apenas a formação acadêmica não é suficiente para uma carreira de sucesso. O profissional precisa atender às exigências do mercado e isso ele consegue com o desenvolvimento de habilidades. Assim também acontece com um Personal Organizer. Ele precisa, além de gostar e de ser organizado, viver num aperfeiçoamento contínuo.

Ele precisa estar atualizado com o que o mercado de organização oferece, investir em cursos, conhecer as ferramentas que a internet e a tecnologia disponibilizam para facilitar a vida do cliente. 

Precisa ser dedicado, informado, perspicaz, visionário e ético.

  

Arquivo Pessoal

 

 

6) Kalinka: Onde atua a PO? Há mercado para a profissão? Como é cobrado o valor?

Maria Augusta: Hoje, o Personal Organizer atua nas camadas A e B da sociedade. O mercado está em franco desenvolvimento e cursos de formação estão aparecendo em todo o país.

A precificação, como tem sido chamada, exige do profissional perspicácia. Ele forma o seu preço levando em conta todos os seus gastos fixos (água, luz, telefone, internet, provedores, tributos, etc.),  gastos variáveis (material de escritório, locomoção – combustível, passagens de ônibus, taxi, metrô – alimentação, etc.). Após essa análise de gastos, determina o seu lucro e quantas horas vai trabalhar por dia.

Com esses valores é possível determinar seu preço/hora. A experiência me fez concluir que esse valor hora é apenas para facilitar a composição do valor de um projeto. Meu cliente só é informado sobre o valor total do projeto.

Como atendo diversas cidades em regiões diferentes, meu preço/hora vai depender dos meus gastos variáveis. Assim, no preço total costumo considerar de 10% a 20% a mais para cobrir gastos extras necessários, que porventura surjam no desenrolar da execução do projeto. Um exemplo: O atendimento será para um cliente que mora em outra cidade e a programação foi feita considerando gastos com passagens de ônibus. Entretanto, uma greve de motoristas me obriga a optar por outro modo de locomoção. Teria, por exemplo, que ir com meu próprio carro e os gastos com combustível e pedágio são bem superiores.

 

 

7) Kalinka:  Cite 3 coisas boas e 3 ruins  no trabalho de um Personal Organizer.

Maria Augusta: Boas – 3 é pouco! Sentir-se capaz de transformar a vida de um cliente para melhor; receber elogios que funcionam como um trampolim para novos desafios; convicção de que estamos no caminho certo.

Ruins – não consigo lembrar de nada ruim. Temos, sim, desafios e obstáculos que parecem intransponíveis, mas que, com persistência e dedicação nos levam à vitória, sempre!

 

 

8) Kalinka: Dê alguma dica de organização ou conselho para nossos leitores:

Maria Augusta: Seja organizado e viva feliz!

 

 

9) Kalinka: indique algum produto de organização que acha essencial ter:

Maria Augusta: Na minha maneira organizada de viver, uma agenda para anotações é essencial. Em seguida, caixas organizadoras, etiquetas coloridas, organizadores para gavetas, etc.

E ai gostaram? Para contratar o trabalho da Maria Augusta Arruda, segue os contatos dela: 

E-mail: mauga@uol.com.br

Tels:  (13) 9 8121-1672 – Whatsapp / (12) 9 9717-2416

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