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Entrevista com a personal organizer: Verônica Cavalcanti do Ateliê Ordenar

segunda-feira, 01 de outubro de 2018

Verônica é uma pessoa muito especial, especialista em organizaçāo de fotos, livros e clippings ela é do Rio de Janeiro e dá até cursos nessa área. Ano passado participamos juntas do Painel de ética da 4ª Conferência Personal Organizer Brasil falando sobre uso e direito de imagens, foi muito bom dividir o palco com ela. Esse ano estivemos juntas novamente na Visita a Fábrica da Dello em Minas Gerais. Vamos agora conhecer um pouco mais sobre a trajetória dela: 

 

 

Especialista em Organização e Padronização, publicitária formada em Comunicação Social, com ênfase em Publicidade e Propaganda, pela Faculdade Hélio Alonso. Dotada de grande senso crítico e organizada nata, fez do seu dom maior uma profissão. Possui experiência internacional, vivida nos EUA, onde organização faz parte do cotidiano das grandes empresas e a profissão de Personal Organizer  já bastante conhecida. Capacitada pela própria vivência, apresenta ao longo desses 20 anos de experiência profissional, uma imensa capacidade de oferecer um serviço personalizado e adequado às necessidades do cliente, virtude oferecida pela própria prática. Desenvolve projetos e consultorias para novos profissionais que pretendem entrar nesse mercado, tornando-se uma multiplicadora potencial.

 

1. Kalinka: O que é uma Personal Organizer?

Verônica: Uma profissional vocacionada e habilitada para trazer bem estar e harmonia às pessoas através da organização.

 

 

2. Kalinka: Como funciona o trabalho de uma Personal Organizer?

Verônica: O trabalho de uma Organizadora Profissional para mim, segue a seguinte rotina: Captação do cliente/ Visita Técnica ou orçamento (prefiro o segundo nome) e simultaneamente uma boa entrevista para entender a demanda do cliente/ Emissão do orçamento/ Negociação, valores e prazo (valores não é um regra, mas pode acontecer)/ Início do projeto/ Detecção das demandas in loco para que sejam providenciados materiais na composição deste projeto, como cestos, caixas, divisórias etc. sem que haja excessos porém de forma mais assertiva/ Conclusão do projeto/ Pós venda sempre, solicitação do feedback e aprimoramento/ A cada seis meses, envio de algum recurso que pode ser e-mail, lista de transmissão para lembrar da manutenção.

Fonte: Arquivo Pessoal

 

 

3. Kalinka: Quem são as pessoas que precisam de um Personal Organizer?  

Verônica: Durante anos foi perceptível um público onde somente o mercado luxo comprava esse serviço. Atualmente vejo uma mudança de comportamento, além do habitual mercado de luxo que sempre foi ávido por serviços diferenciados, uma demanda crescente de um público classe média que compra o serviço por necessidade, por total falta de tempo, ou por total inabilidade para desempenhar essa tarefa e já entendem que a falta de organização empata a vida, drena as energias e é impraticável viver desta forma.

 

 

4. Kalinka A quanto tempo você trabalha como personal organizer? Porque resolveu ser personal organizer? O que mais gosta de organizar?

Verônica: Bem, oficialmente eu vivo exclusivamente da organização há 13 anos que é o tempo de existência do Ateliê Ordenar, minha empresa. Porém, muito antes disso eu já trabalhava com organização embora não fosse essa minha principal área de atuação, mas esse dom sempre engordava meu orçamento.  Vindo lá de trás, aos 13 anos eu já organizava o armário do meu avô todo ano, logo em janeiro e assim eu ganhava dinheiro para custear meus bailes de carnaval que eu amava de paixão.  Quando comecei a trabalhar no mercado formal, aos 18 anos eu percebi que por onde eu passava, eu organizava e logo depois perdia o interesse pelo lugar. Ou eu me demitia ou era demitida. Aos 26 anos fui morar no EUA, numa viagem doida de férias que era pra durar 15 dias e acabei ficando 6 meses. Foi lá que eu abri os olhos para uma nova profissão que lá já era moda, isso em 1996. Organizei inúmeras casas e mansões além de trabalhar em uma loja. Voltei de lá com uma bagagem incrível de vida. Mas insisti  no mercado formal, sempre organizando e indo embora, até que os amigos começaram a me indicar para as empresas que trabalhavam para organizar os arquivos. Então, eu que já tinha a bagagem de organização de residência em outro país. Estava adquirindo a bagagem do mundo corporativo, organizando grandes arquivos como o da Companhia Docas de Santos que foi o primeiro deles em grandissíssima escala. Entrei de corpo e alma no mercado residência Brasil que nasceu junto com o AO em 2004, após a demissão do meu último emprego CLT no extinto hotel Le Meridien em Copacabana. De lá pra cá foi um caminho sem volta. Não sei viver de outra forma e toda a bagagem adquirida na vida como vendedora de loja, gerente, assistente administrativa, secretária, coordenadora de estoque de hotel cinco estrelas, tudo isso me deu subsídios para oferecer serviços especializados e ter uma vida autônoma que eu não troco por nenhuma estabilidade financeira ou mega salário. Minha felicidade está inteiramente ligada ao que faço.

Sou fascinada por desafios, então, trabalhos em larga escala me fascinam. Projetos em hotelaria, grandes mudanças e o universo de organização intelectual são as minhas maiores paixões e consequentemente meu maior expertise.

Por último, eu não resolvi ser uma profissional da área. Não nasceu uma organizadora em mim ao longo da minha vida. Eu já nasci organizadora. Pronta desde sempre. Não poderia ser diferente.

 

 

5. Kalinka: O que é necessário para se tornar uma personal organizer?

Verônica: Acho que não necessariamente precisa ser organizada embora isso facilite muito em matéria de técnicas. O organizado normalmente é metódico, consequentemente autoritário e engessado. Eu seria exatamente assim se não tivesse um lado criativo aguçado que cala o outro lado tirano de ser. Importante para trabalhar como Organizadora em minha opinião, é ser prática, versátil,  criativa e ter bom senso. Pra mim isso basta!

 

 

6. Kalinka: Onde atua o personal organizer? Há mercado para a profissão? Como é cobrado o valor? 

Verônica: O mercado de organização está em franca expansão. Diária. Com dezenas de meninas e rapazes chegando com força total. Muitoss trazendo experiências diferentes e demandas específicas dos mercados pelos quais passaram. Atualmente vejo imensas possibilidades, muito além obviamente das residências,  por exemplo, em empresas, restaurantes, lojas, pousadas, hotéis,  tem muita coisa nesse mundo pra ser organizada além de casas.

Quanto aos valores, eu tenho formas diferentes de cobrar pelo serviço, de acordo com o perfil do trabalho a ser realizado, da estrutura a ser montada e outras variantes importantes.  Posso cobrar por diária, por projeto ou por etapas. Depende muito do que o cliente precisa e eu dou a ele todas as opções para fechar o serviço. Não tem como dizer não, rs.

 

 

7. Kalinka: Cite 3 coisas boas e 3 ruins de ser uma personal organizer?

Verônica: A primeira coisa boa pra mim, sem dúvida, é a "não rotina"e com ela, vem outra vantagem, conhecer pessoas, ampliar seu leque de conhecimento em todos os aspectos, viajar o mundo sem sair dele. Pra quem é ávido por conhecimento, estar com pessoas diferentes, com realidades diferentes, é a melhor forma de enriquecer a própria vida!

Não consigo mencionar três coisas ruins,  mas uma eu cito como pra mim o que há de pior, lidar com pessoas voluntariosas e com temperamento extremamente difíceis, daquelas que tudo gira ao redor delas. Conto nos dedos de uma única mão as que atendi nesses anos todos e que tinham esse perfil, foi duro me livrar delas, mas cumpri minha promessa de não voltar nunca mais!

Fonte: Arquivo Pessoal

 

 

8. Kalinka: Dê alguma dica de organização ou conselho para nossos leitores: 

Verônica: Bem, são vários os conselhos. Primeiro, não perca a sua essência. Seja ético, custe o que custar. Não copie, não imite, vc corre o risco de virar uma caricatura. Crie sua marca baseada na sua essência, naquilo que gostaria de ver como diferencial no mercado, no que te representa,  naquilo que vc gostaria de ter e não vê ninguém fazer ou faz de uma forma que não atenda sua demanda. Seja seu primeiro e mais exigente cliente.

Se capacitar é maravilhoso e necessário, mas não dá para adquirir o conhecimento e não colocá-lo em prática. É preciso praticar, exercitar, se jogar nesse mundo se é ele que vc almeja. Só a prática irá te ensinar a argumentar com o cliente, a cobrar o preço justo, a entender quanto tempo vc leva para cumprir determinada tarefa e entender o perfil de serviço vc mais se identifica. Fato!

Por último, não desista facilmente. Se é isso mesmo o que vc quer para sua vida profissional, pegue uma reta e vá! Um dia, vc irá vencer a sazonalidade, pode ter certeza. Todas as vezes que eu pensei em desistir, sim, eu já pensei mais de uma vez em jogar tudo pro alto e voltar a ser CLT, nesse dia, nesse mesmo dia um cliente ligou, e outro, e outro. Aviso divino de que o caminho era esse mesmo. Faz tempo que desisti de desistir rs.

 

Fonte: Arquivo Pessoal

 

 

9. Kalinka: Indique algum produto de organização que acha essencial ter:

Verônica: Essencial na minha vida desde que me conheço por gente: rotuladora. O resto com criatividade a gente improvisa. Sou capaz de atender vários clientes com a mesma qualidade de serviço porém recursos diferentes que cabem no bolso de cada um dos perfis.

 

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