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Você já sentiu que a vida muda de fase de tempos em tempos? Como se a cada período, surgissem novos desafios, aprendizados e formas de ver o mundo?
Essa é a proposta da Teoria dos Setênios, baseada nos estudos de Rudolf Steiner, criador da antroposofia e da pedagogia Waldorf. Segundo ele, a vida é dividida em ciclos de 7 anos — chamados de setênios — e cada fase tem um foco principal de desenvolvimento: físico, emocional, mental e espiritual. Se você busca viver com mais propósito e organização, entender os setênios pode te ajudar a respeitar o seu ritmo e o das pessoas à sua volta. Vamos juntas explorar cada fase?
Gráfico com os elementos da teoria dos setênios. Fonte: Líder de si.
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0 a 7 anos – O mundo é o corpo
É a fase da formação do corpo físico. A criança precisa de acolhimento, nutrição e movimento. Ela aprende observando e imitando. Por isso, é tão importante criar um ambiente seguro, com rotina, afeto e espaço para brincar. "Organizar brinquedos não é só estética, é dar autonomia para esse novo ser descobrir o mundo com confiança."
Formação do corpo físico
Aprendizado pelo movimento, repetição e imitação
Essa é a fase da infância pura. A criança aprende com o que vê, sente e toca. O ambiente precisa ser seguro, amoroso e organizado para que ela cresça com base, literalmente.
Dica: brinquedos organizados à altura da criança incentivam a autonomia desde cedo!
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7 a 14 anos – O mundo é o sentir
Aqui, começa o desenvolvimento do corpo emocional. É o tempo da escola primária, da fantasia, das amizades e dos valores. A criança vive pelo afeto, pelo exemplo e pelo belo. A aprendizagem precisa de sentido e emoção. É nessa fase que os rituais, como um planner ou agenda escolar, começam a fazer sentido.
Formação do corpo emocional
Valorização do belo, do exemplo e da afetividade
Começa a alfabetização, a socialização e a construção de valores. É uma fase muito sensível, onde o que se sente tem mais impacto do que o que se explica.
Dica: Crie rotinas afetivas, com tarefas visuais e divertidas, como checklists com ícones ou cores.
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14 a 21 anos – O mundo sou eu
Chega a adolescência e a construção da identidade. O corpo muda, as emoções se intensificam e o jovem busca entender quem é no mundo. É quando nasce o pensamento mais abstrato e começa a vontade de mudar o mundo — mesmo sem saber como. Aqui floresce o caos no quarto e na alma, e o papel da organização é acolher, não controlar.
Construção da identidade
Emoções intensas, autodescoberta, vontade de mudar o mundo
A adolescência chega com tudo: hormônios, questionamentos, desejos e conflitos. É quando começamos a nos perguntar: "Quem sou eu? Qual meu lugar no mundo?"
Dica: A organização aqui precisa de acolhimento e liberdade, não controle.
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21 a 28 anos – O mundo é conquista
A vida adulta começa. A busca por autonomia está em alta: estudar, trabalhar, ganhar dinheiro, conquistar independência, talvez morar sozinha ou com alguém. As escolhas profissionais e relacionamentos amorosos ganham importância. É um ótimo momento para criar sistemas de organização pessoal e financeira que sustentem a nova fase.
Foco na autonomia
Primeiros passos adultos: carreira, estudos, independência
É tempo de realizar, ganhar o próprio dinheiro, talvez morar sozinha, ou começar uma vida a dois. A organização pessoal e financeira se tornam fundamentais.
Dica: Monte um sistema de organização personalizado que reflita seus sonhos e objetivos.
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28 a 35 anos – O mundo é o outro
Fase de profundidade nos relacionamentos e nos projetos de vida. Casamentos, filhos, empreendimentos. O corpo já não é o mesmo, e o tempo parece mais curto. Começamos a nos encontrar ou nos perder nas múltiplas tarefas. Hora de repensar rotinas, delegar, pedir ajuda, reorganizar a casa, a mente e o coração.
Fase de aprofundamento: família, filhos, projetos duradouros
Cansaço, acúmulo de funções e redefinição de prioridades
Nessa fase, a mulher costuma viver o auge da sobrecarga. É o momento de criar sistemas de apoio, reorganizar a casa, a mente e o coração.
Dica: Delegar, pedir ajuda e revisar rotinas são ações de autocuidado.
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35 a 42 anos – O mundo sou eu de novo
É o início de uma virada. Muitos chamam de "crise dos 40", mas é mais uma oportunidade de autoconhecimento profundo. É quando a gente para e pergunta: “Essa é mesmo a vida que eu queria viver?” Surge o desejo de realinhamento com a essência. Organizar a vida aqui é muito mais sobre propósito do que produtividade.
Crise dos 40? Ou renascimento?
Hora de olhar para dentro, reencontrar propósito
O tempo parece passar mais rápido, e a pergunta “é isso mesmo que quero para minha vida?” começa a bater na porta. É um convite à reconexão com a sua essência.
Dica: Organização com propósito é mais importante do que produtividade nessa fase.
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42 a 49 anos – O mundo é transformação
A maturidade chega. Com ela, um novo olhar para si, para os filhos (que crescem), para o corpo (que muda) e para os sonhos. Muitas mulheres reinventam a carreira, mudam de cidade ou abraçam um novo projeto de vida. É hora de desapegar de excessos, físicas e emocionais, e criar leveza para o que está por vir.
Mudanças no corpo, nos filhos, na carreira
Fase de reinvenção e sabedoria prática
Aqui nasce a mulher fênix: aquela que renasce com mais coragem, leveza e sabedoria. Muitas mudam de carreira, buscam mais qualidade de vida e priorizam o que realmente importa.
Dica: Desapegar do excesso físico e emocional traz liberdade para viver melhor.
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49 a 56 anos – O mundo é sabedoria
Começamos a colher os frutos da jornada. Aqui, há mais consciência, presença e, muitas vezes, mais tempo para si. A busca é por qualidade de vida, conexões reais e legado. Organizar memórias, fotos e registros se torna uma forma de honrar a história.
Colheita da jornada
Clareza, calma e busca por legado
Você já viveu muita coisa, e agora quer qualidade de vida, leveza e conexão. O tempo com quem se ama se torna o bem mais precioso.
Dica: Organize fotos, lembranças e histórias como uma forma de honrar sua trajetória.
E depois? A teoria continua até os 84 anos (ou mais!), mas a verdade é que a cada 7 anos, recebemos um convite da vida: olhar pra dentro, entender o que está pedindo mudança e se reorganizar. E por que essa teoria importa? A Teoria dos Setênios nos ajuda a entender que a vida não é uma linha reta. Ela é feita de ciclos, de aprendizados, de transformações. Quando a gente se conecta com o ritmo natural da vida, fica mais fácil aceitar as mudanças, fazer escolhas conscientes e viver com mais leveza. Organizar a vida é também respeitar o tempo das coisas. E cada setênio é uma oportunidade de se alinhar com quem você realmente é.
Se esse conteúdo fez sentido pra você, compartilha com alguém que também está em um momento de transição. E se quiser aprofundar sua organização pessoal me chama para te ajudar, conheça minha mentoria ou acompanhe os conteúdos aqui no blog.